terça-feira, 2 de março de 2010

Econômia da Salvação - Curso de Teologia Paroquial -

A palavra Economia vem da junção de duas palavras gregas: oikos (que significa casa) e nomia (que significa lei). Economia, literalmente, quer dizer a Lei da Casa, como se gere, se cuida e se leva avante uma casa, um património, etc.

A expressão Economia da Salvação parece-nos hoje estranha, é verdade. No entanto, é uma expressão que a mim pessoalmente me diz muito, pelo seu significado. Esta expressão foi usada em toda a história da Igreja, sobretudo a partir de um teólogo do séc. III, Ireneu de Lion, para falar de toda a história de Salvação que Deus escreveu e construiu com a Humanidade. A Economia da Salvação é o Projecto de Amor que o nosso Deus sonhou e construiu, sonha e constrói com a Humanidade que é a sua casa!

Todo o Universo encontra a sua origem no Amor Criador e Fecundo de Deus, Família de Amor. No Universo, neste pequeno canto que é a Terra, surge uma nova Aventura: o Homem, ser pessoal e relacional, criado e sonhado à imagem e semelhança de Deus. É bonito compreendermo-nos como um Projecto de Amor que Deus nos sonha, como chamados a nascer e a ser à sua imagem: pessoas em comunhão de amor, únicas e originais, livres e felizes! Deus é Pessoas: três Pessoas Divinas em Comunhão plena de Amor, Pai, Filho e Espírito Santo. Também a Humanidade é uma comunhão de pessoas em crescimento, em construção… a caminho.

A Economia da Salvação é este Caminho que Deus percorre com a Humanidade à medida que esta vai amadurecendo e crescendo na sua história. O Espírito Santo de Deus vai-lhe convidando e inspirando a viver em Aliança, e todo o caminho do povo Israel é essa consciência e revelação progressiva de que Deus quer fazer uma Aliança com o Homem. Abraão, Isaac, David, os Profetas… E nem o pecado, que é a recusa a viver em Aliança e comunhao com Deus e com os irmãos, faz com que Deus desista…

“Quando chegou a Plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho…” diz o Apóstolo Paulo na carta aos Gálatas. Com o Sim de Jesus de Nazaré, o Ungido pelo Espírito, que “passou fazendo o bem, curando e libertando, porque Deus estava com ele” (Act 10, 38) Deus-Pai dá o pleno Sim: e na Ressurreição de Jesus inaugura-se plenamente a Aliança entre Deus e o Homem, Aliança de Salvação, Aliança de Ressurreição e Comunhão eterna e plena no seio do Pai… “Eis a morada de Deus entre os homens: habitará com eles, eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles…” (Apc 21, 3).

“O que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos também a vós…” (1Jo 1, 3). A Economia da Salvação é este caminho de Aliança que Deus continua a construir, hoje, com a Humanidade e com cada um de nós, Aliança que nos conduz sempre a Jesus. É a revelação e a descoberta do seu Rosto e do seu Projecto, que é sempre um caminho, uma história… Hoje continua esta Economia da Salvação que Deus escreve connosco e que abraça toda a história da Humanidade!

Pronto, já chega… é que nao é fácil ser breve quando se trata do que de mais importante e essencial tem a nossa fé, o que Deus quer construir connosco… Por isso partilho um pouco do meu caminho de procura e descoberta desta Economia, deste Amor de Deus que me vai fazendo crescer, caminhar, nascer…

fonte: http://economiadasalvacao.blogspot.com/2007/08/porqu-economia-da-salvao.html

Introdução à Teologia Fundamental - Curso de Teologia Paroquial -

FISICHELLA, Rino. Introdução à Teologia Fundamental. São Paulo: Loyola, 2000.
No livro de René Fisichella, nos é apresentado o tríper que dá fundamento a realidade apresentada pela Teologia: Escritura, Tradição e Magistério. Essa tríade que o autor destaca, vem enobrecer o conteúdo que a “Teologia Fundamental” vai evidenciar, o dado da Revelação, pois o conteúdo revelado no NT é a própria pessoa de Cristo, sinal de salvação que é oferecida a toda humanidade, através do anúncio do reino de Deus, concretizado nele e por ele. O verbo encarnado profetiza a vinda do reino, e indica onde ele se realiza. A teologia fundamental experimenta um período marcante na sua história a apologética, um modo de defesa da fé, nesta época a imagem de Cristo que se transmitia ainda precisava amadurecer . Fisichella, com bastante sapiência comenta que após o Vaticano II, com a promulgação da Dei verbum, a teologia fundamental passou a ser valorizada a partir de tal citação bíblica que diz: antes santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todos aqueles que vo-la pede (I Pd 3,15). A constituição dogmática Dei Verbum trouxe de novo ao seio da à importância que deve ser dada a Palavra de Deus, na condução da vida da comunidade de fé, sem correr de caí num fideísmo exagerado. O autor nos apresenta que a hermenêutica deve ser considerada um dos caminhos fundamentais para analisar o valor da palavra o caráter lingüístico do escrito pela Igreja. A hermenêutica tenta dar sentido a vida do ser que é incompleto, ou seja, o ser humano obra da criação divina. Para evidenciar com segurança a redescoberta da Revelação, cita a Lúmen Gentium, Gandium Spes e Dei Verbum, todos, documentos elaborados no desvelar do Vaticano II. Por fim, analisando o terceiro capítulo, cujo título é “Teologia Fundamental como Teologia”, observamos que o autor escreve com objetividade afirmando “Para a teologia fundamental em particular, deve-se observar que seu objetivo de estudo é o evento da revelação e a fé que nela depositam os cristãos” (p. 56). A adesão para crê em algo carrega o caráter pessoal, a teologia fundamental apresenta-nos Cristo, ápice da atitude reveladora, pois, a mesma não pode impor a ninguém que aceite, ela considera e respeita a liberdade de cada homem e mulher.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/christian-studies/505045-introdu%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-teologia-fundamental/